Dando a largada

As atividades do cotidiano devem ser um reflexo da alma e não somente o cumprimento de tarefas.

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Perguntei ao luar, onde anda a saudade
Das vozes, dos cheiros, das risadas
Não! Não digo que enterrei meus sonhos
Eles só trocaram de fantasias, bem sei
Querem novas paisagens, outras alegrias
Insisto em saber a resposta
Onde estará minha velha saudade
Companheira nas noites, tardes, dias
Dos encontros, do choro, do tudo, do nada
Daquilo que eu achava tão bonito...
Deito na grama, olho pro alto e imploro à lua
Por favor, me diga, onde está minha saudade
Com seu brilho prateado, ela responde:
Foi pra longe procurar outro ninho
Suspiro aliviada... Já não preciso mais dela.

Quanta delicadeza há naquele abraço de carinho em que se ouve as batidas do coração. Quanta luz há naquele sorriso da alma em que se vê o afeto do ser amado. Quanta paz e aconchego há naquele punhado de momentos em que se vislumbra o paraíso! 

Senti a verdade ausente na vontade fraca. Senti a vida correr solta para nenhum lado. Senti a falta de amor nas palavras ditas. Senti os passos perdidos em vacilante caminhada. Fui adiante sentindo o toque vazio de mãos veladas. Subi degraus feitos de areia sobre pilares de gelo. E dei por mim despertada no abstrato reino da ilusão... 

Livra de mim falsas verdades. Apague as infâmias públicas usadas pra defender as próprias falhas. Seja honesto com todos ao seu redor do mesmo modo que deles espera. Nem por ti nem por ninguém virarei as costas ao meu ser pleno de felicidade. Saia das trevas...  Venha comemorar a minha vitória longe da tua sedução!

Sempre esperei por alguém que valesse a pena, mas talvez não valesse a pena esperar tanto por alguém... Talvez o melhor fosse tomar o rumo do meu próprio encontro... Foi assim que descobri como andava a léguas de mim mesma... Por agora estou só curtindo essa saudade repentina!

E aquela dor que era minha foi embora de mansinho, sem fazer alarde... Pois saiba que já foi tarde! Ouvi dizer que ela fez esconderijo num coração que me fez chorar, então que fique por lá!... Se essa dor sair perguntando por mim, por favor, diga a ela que mudei de endereço!
Não existe contar do tempo para percorrer os passos da via-crúcis da paixão. E de repente, mais que de repente, tudo o que encantava torna-se motivo de escárnio e ironias corrosivas. Citações de poetas caem no vazio das palavras. Apelos musicais viram ecos sem ressonância. Se antes os olhos brilhavam de emoção, agora faíscam de sarcasmo... O dia a dia se torna melodrama... Mas acabou de novo (?)... Difícil aprender a lição... A paixão emburrece! Já avisei lá em casa: se outra vez eu for pega pela armadilha da paixão, quero que os aparelhos sejam desligados, não desejo sofrimentos desnecessários...