Dando a largada

As atividades do cotidiano devem ser um reflexo da alma e não somente o cumprimento de tarefas.

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011


O amor é mais que uma criança
Cercada de sonhos e fantasias
O amor é mais que uma mulher
Em busca da emoção no aconchego
Até sentir o coração explodir no peito
O amor é mais que um homem
A colher borboletas no prazer
Até achar a flor para se acasalar
O amor é uma ave voando livre
No infinito azul da alma...

Antes que o medo desfaça a vontade
De ver você outra vez dar na louca...
Deixar provar meu sabor meu perfume,
Outra vez tudo que me fez sonhar...
Corra logo para mim sem fingimento
Antes de fazer calar meus anseios...

Não há nenhum talvez no desamor. O que há é a certeza da dor que transforma sorrisos em lágrimas, o mel da boca em fel, o carinho das mãos em aspereza das palavras... O malquerer deixa um lastro esmagador nos bons sentimentos, nas boas intenções que antes eram pilares de sonhos lindos. Os desejos gravados no coração viram páginas de desencanto que nunca mais serão lidas. O desquerer é a falência fraudulenta de sentimentos insustentáveis pela ausência da verdade, da vontade real que aproximaria duas almas a se procurarem através da eternidade. O desamor é o fim de uma empreitada dolorida, é o naufragar do coração que sai em busca de resgate.



Lobo bobo pensou que era fera espreitou a pantera pulou a janela virou refém. Bobo lobo mudou pra cachorro desviou o caminho domado ficou. Lobo tolo nem tem onde ir não sabe uivar perdido está querendo se achar... Lobo tolo metido a esperto em campo aberto de rabo torcido perdeu suas garras... ex caçador!

Sacudiu a poeira grudada na roda da saia, levantou de sobressalto e pensou: afinal, teria algo mais a fazer para limpar o visgo do amor ressecado pela aridez da presunção? Haveria no fim de tudo uma resposta de resgate para o coração traído pela ingenuidade? Deveria abandonar a fé na divindade humana para se resguardar das flechas de Eros? O tempo apagaria da memória os versos de amor nunca lidos?... Existiria um altar onde pudesse rogar a benesse do esquecimento e do perdão?...
De relance deitou os sonhos na rede da varanda, e escutou o vento soprar baixinho: o mundo real está atrás das cortinas. Num repente, moveu os pés, entrou na casa, abriu todas as janelas... e deixou a claridade apagar as dúvidas que se escondiam sob o véu da ilusão.